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carolpanesi

A floresta tem vozes de sabedoria.

Desfila a borboleta a beleza da transformação.

Curva-se ao vento suavemente o bambu, se desfolhando em humildade.

Transcorre o rio, as águas que ensinam sobre efemeridade.

A flor libera o perfume da existência.

Ensina sobre o ciclo da vida e sua impermanência.

O sol, energia vital da abundância divina, os raios da realeza.

A árvore inspira fortaleza.

A raiz, o aprofundar, e o pertencer.

Além da memória, que mantém viva a sua história.

As formigas o espírito do trabalhador.

E quanta alegria nos desperta o beija flor.


A floresta fala, canta, grita!

Acolhe as sementes benditas.

Desabrocha no recordar da Unidade.

Os pássaros, o canto da Liberdade.

Abelhas sobre comunidade

O vaga-lume, espelho, reflete nossa luz.

E a lagarta? Quanta resiliência induz.

As cigarras, a anunciação, as libélulas, a adoração.

A plantação, exala coerência em cada grão

Porque não colho banana, se eu plantar mamão.


A floresta tem vozes de sabedoria

A terra inspira fertilidade, nutrição e maternidade

A floresta CURA!

Nos conecta com o que há de mais puro.

E sem ela não haverá algum futuro.

Aflora a intuição, traz ritmo, pulsação.

Orquestra divina.

Oferta em seu sumo a ancestral medicina.

Abriga elementais, protetores, encantados...

Ressoa imanente e transcendente ao mesmo tempo.

Generosa, transborda ensinamento.


Silencio.

Contemplo o palco de tantos Reinos

Ah, Terra Mãe, agradeço

Honro cada broto que tens germinado em mim

e permaneço atenta, a Te escutar

Cada pio, cada pegada, cada farfalhar.

A floresta tem vozes de sabedoria

Reverencio, peço licença.

Que as Vozes ecoem por toda existência

Sejamos sementes


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carolpanesi

Arde em chamas.

O mesmo Fogo sagrado que transmuta!

Implacável, carboniza vidas. Agoniza a mata...

Cala, mas antes

Perdoa a insensatez nossa.

Infantes e errantes.

Com a certeza de que cada ação tem um correspondente,

e que a ti, Mãe Terra, não te estamos honrando.

Que possamos ouvir seu grito e senti-lo que é também nosso.

Que descortine o véu da ilusão dessa separação.

Rogamos que cesse sua pertinente fúria.

Ardem os corações.

Inertes ao desmonte e ao descaso.

Faz-se urgente o despertar.


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carolpanesi

Tudo é caminho.

E em cada estrada faço um ninho.

Alinho desejos,

Firmo o pé no chão.


Planto histórias.

Acolho memórias,

Pra colher lembranças.

Do tempo de criança, nada é em vão.


Abraço a estrada

Como quem não quer nada

Apenas mais um passo

Na senda, um laço, violino na mão.


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