Saudade que derrama,
Que transborda, que inflama.
Queima o peito, diz seu por direito, faz morada, insiste em ocupar.
Faz alarde, me morde, me arde.
Insana, sufoca, engana, maloca.
Louca, profana meu coração de cigana, deixa tudo por um triz.
Provoca força tamanha qual nem sei lidar...
Fincou bandeira, criou raiz.
Precisava eu é de um juiz, pra passar-lhe um cartão vermelho como o sangue
que escorre do joelho ralado do tombo alado que me permiti.
Com a cabeça nas nuvens, a queda foi feia, nem te conto: nariz quebrado, ombro deslocado, precisei de pontos e remédio na veia.
Fiquei 3 dias de cama.
No pouco espaço que me sobra, pq ela tá aqui, bem perto, instalada em seu assentamento, firme como cimento, plena como areia do deserto.
Dominando tudo, até o pensamento.
Sorrindo do meu lamento, esperando meu abraço.
Passado um tempo e o susto, ela me chama, e me entrega um unguento pra ajudar a curar o ferimento e me diz: - aguenta firme, faz parte, já vai passar, já se vê a cicatriz.
É... Do que não se pode vencer, é preciso tornar-se aliada. Mais um aprendizado da jornada.
Acolher a saudade é o único jeito de ser feliz.